segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Poema rápido para afogar as últimas mágoas no ano.

Vai âncora das minhas mágoas
Rebenta a superfície ondulada
Da superfície enganosa das águas

E afunda bem fundo, no escuro quieto
Pousando ali pra sempre, no esquecimento
Todos dissabores que me seguiram de perto

E pega alguém o machado afiado, lâmina algoz
Pra quebrar de uma vez pra sempre a corrente
Da memória aguda que me gruda a esses nós.

Vai nau desperta e desesperada, vai veloz nas vagas
Desliza ao teu destino desconhecido e que seja bom
Para que nunca, jamais tenhas de rogar pragas

Iça apenas tuas velas e que o vento te leve
Que o vento te vele e te vente, sopra com ele
Que seja feliz tua ida, que seja Deus quem navegue!

Fernando Vieira

2 comentários:

  1. Esse foi forte hein!...

    ps: me deve um poema, eu não esqueci hein! =p

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  2. Opa.
    Tudo bem contigo?

    Só tenho a te dizer: Um ida leve é a mais pesada, e contraditoriamente a com mais belas paisagens.

    Que venha 2010, e viva-o na sua mais completa plenitude!
    Está tudo na suas mãos, basta deixar elas livres!
    :)))
    Grande abraço.
    Beijos.

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