terça-feira, 31 de março de 2009

Segunda-feira, depois de um bife à Parmegiana.


Somos iguais
Os mesmos sentidos
Somos os mesmos

Por tão parecidos
Erros fatais
Por sermos amigos

A mesma porção
A noite lateja
O mesmo pensar

No mesmo propósito
O dia amanhece
No mesmo querer

Você arrisca
Eu pego no ar
Você só cisca?

De novo o tempo
A mesma armadilha
De novo uma amiga

A gente se olha
Dentro um do outro
A gente sabe um do outro!

(Fernando Vieira – Outono de 2009).

Segunda-feira, depois de um bife à Parmegiana.





O POEMA QUE AQUI CONSTAVA FOI RETIRADO POR FALTA DE ELEVAÇÃO DO LEITOR. QUEIRA ME DESCULPAR POR ESTE TRANSTORNO.

sexta-feira, 20 de março de 2009

INSÔNIA


Quatro noites sem dormir
Talvez por ter calado minhas queixas
Ou por não ter liberto tua alma
Fui tomado por teu veneno

Estão todas engasgadas em mim
Travadas, não as deixo fugir
Porque não quero sentir tudo isso de novo
Solta-las será minha escravidão.

Cada cheiro teu que senti, cada exalar de teu corpo
Era um pedaço de tua alma que se abrigava em mim
Agora quero estar no teu corpo, entrar por teus poros
Tua alma a ti quer voltar e, eu, em ti quero morar

Que serpente usaria de tal artifício?
Olhavas-me com teus olhos d’alma
Sem haver qualquer interesse, a não ser, talvez
Um sutil desejo de futuro subjuntivo

Não fazias menção do meu presente
Mas, agora, temerário é meu futuro
Despertastes em mim a fremência
Continuo só, enquanto você desfruta seu adjunto.

Ah! Por que estás tão longe de mim?
Não bastava o tempo, e agora o espaço é contra mim também?
Não sentir o teu calor, não poder passar-te o meu vapor
Como poderei te impregnar da minha alma?

Não espero bons cantos, nem bons ares para voar
Se fosse um áugure, certamente, não seria bom meu agouro
Só posso esperar pelo que a vida sempre me deu
Só tenho meu desabafo, outra vez me torno escravo

Queria poder dormir, e somente esquecer esses dias
Esquecer que amei, que sempre amei sozinho
Toda minha vida foi uma paixão solitária
Um exagero de emoções, tanto barulho por nada.
(27/11/07 11:28 da manhã, para Manu)

segunda-feira, 16 de março de 2009

DESEJO


E se eu não tivesse que dizer nada
E o Senhor me respondesse?
E se eu pudesse ser tudo o que sou
Sem me preocupar contigo?

E seu eu acreditasse, mesmo, na fé que professo?
De forma que meu pecado se fizesse graça?
E, dessa forma, fazendo uso do meu erro
Como a serpente no deserto, encontrasse a cura?

E se tudo isso for verdade e eu só tenha medo?
E se o medo fosse embora e com ele minha fraqueza?
E se não houvesse nenhum “mas”? Pois é ele o meu problema.
E se eu, simplesmente, cresse?

Se eu tivesse coragem, se fosse um inconseqüente,
Eu pegava agora meu desejo e fazia pecado.
Eu pagava pra ver, eu quebrava os limites,
E ainda gozava tranqüilo o seu perdão.

(Fernando Vieira – última semana de verão/2009)

quinta-feira, 12 de março de 2009

TARA


Bota aquele vestido
Aquele verde musgo
Que me enleva a libido
E faz mexer-me brusco



Deixa eu pensar em você
Toda suja de glacê
Do jeito que eu quiser
Vivamos nosso affair







Minha mão no seu joelho
Subindo, lhe arrepia toda
Fazendo subir os pelos
Verte de sua flor a gota

Sem poder resistir
Me solta seus suspiros
Desejo que não pode inibir
Me leva pros seus retiros
(Fernando Vieira - para Lilian)


























quarta-feira, 4 de março de 2009

A PESCA



Procurando na rede uma imagem
Que me lembrasse seu verde vestido
Dei de cara com esse lindo visage.

Seu retrato à deriva, solto no espaço,
Esperando por mim, quem sabe?
E eu lhe encontrei num mundo vasto!

Dá uma olhada, em você mesma, agora!
Enquanto medita sobre esse encontro,
Que destino é esse que a gente ignora?

(Fernando Vieira – sobre o acaso – 04/03/2009).