sexta-feira, 18 de junho de 2010

E a vida continua

Eu espero o dia
Que propulsando no espaço
Façamos chegar a luz
Criando o mormaço.

E com árvores Hightecs
Raízes de titanium,
A fotossíntese mecânica
O oxigênio pra Marte.

Aprendizados fodidos
No constante ferrar e ser ferrado:
Marte será a Utopia, nós seremos deuses.
Deuses falhos, em quem células sintéticas botarão sua fé.

Até que um asteróide qualquer
Quebre nossos espelhos de propulsão
E marcianos morram congelados,
Dando-se conta do quão pequenos eram seus deuses.

E Deus, rindo de tudo isso,
Enquanto esquenta o Sol no seu limite
O fará explodir, matando muitos de nós, também de frio
Pondo-nos em nossos devidos lugares.

E finalmente, postos em nossa infinita mediocridade
Rezemos, oremos, ofereçamos sacrifícios e trabalhos
Na esperança de um milagre misericordioso
Que nos faça aquecer, reviver...

E o Deus misericordioso,
Num truque físico escondido na manga
Faça a compressão fundir o hidrogênio:
Haja hélio!

E Júpiter, o planeta estrela
Bem menor que o Sol
Mas bem mais perto de nós
Será o nosso segundo astro Rei.

Vamos lá!
A vida Continua.

(Fernando Assunção - Sobre as possíveis formas de continuar. 18/06/2010)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

As desinências da vida

E se tudo que nos resta for amar?
E se tudo for o mar?
E se o ar?
E "r"?

Pra sempre sem fim.
Ahh! O infinitivo:
A sugestão por fazer
Suspensa na mente.

Amar?
Comer?
Negar?
Fazer?

A dúvida é o infinito
Constante martelar.
Os desejos, a cruz e a espada!
E não saber é eterno.

(Fernando Assunção 07/06/2010)