O que não me cabe no peito
Deve ser solto aos poucos
Em cada estrofe, num verso.
Vai ser um poema longo.
O nevoeiro da vida
A treva tão espessa e branca
Ouvidos tapados, cadê meu grito?
Estou cansado, eu quero chorar.
Alma úmida e gelada
Faz os dentes morderem-se
Há tantos galhos pra podar
De tantas coisas falarei:
Essa sua ausência,
Que me põe triste e servil.
A ausência da luz
Que não me deixa dormir.
Perguntas que não me atrevo
Não quero expor minhas fraquezas.
Descobrir o indecifrável
Temer o seu segredo.
Engolir meu pranto,
Não há quem queira enxugá-lo.
Haveria alguém digno de minhas lágrimas?
Secar não basta. É preciso bebê-las.
Estou sozinho!
Que pecado cometi?
Fui feliz em outra vida?
Neguei ajuda a toda Terra?
Só, não fossem meus eus!
São eles que me acompanham
Ora me dando acordo, ora me afrontando.
Então eu estou só, é isso mesmo?
Preciso endurecer,
Enrijecer o peito,
Não contar com ajudas,
Não abrir a palma da mão.
Quero voltar à estupidez,
Estandartizada por minha adolescência.
Quando eu era um mero arrogante
Que não contava com ninguém.
Quero descrer de uma vez só na vida
Jogar fora o defeito da esperança
Que há tanto tempo trago comigo.
Esquecer a minha religião.
Pra adiantar de vez minha vida
Por minha força apenas, segundo meus meios
E se isso significar a abreviação da vida,
Que sejam cortados meus dias e adiantada minha paz.
Que um milagre me cure dessa ressaca
Que insiste em me arrancar e devolver
Tudo o que na minha vida não anda
Maldito fluxo e refluxo!
Quisera eu desvendar os segredos de Deus
Mesmo que eu morresse em seguida
Já não sei o que mais importa:
Viver ou saber. Só quero ser feliz.
Que meu corpo tenha força outra vez
Só por agora, nesse momento,
Pra que o choro seja posto fora,
Aqui dentro não dá, é apertado demais.
(Fernando Vieira – 09/08/09 – Sobre a ausência que é presente na vida).
Deve ser solto aos poucos
Em cada estrofe, num verso.
Vai ser um poema longo.
O nevoeiro da vida
A treva tão espessa e branca
Ouvidos tapados, cadê meu grito?
Estou cansado, eu quero chorar.
Alma úmida e gelada
Faz os dentes morderem-se
Há tantos galhos pra podar
De tantas coisas falarei:
Essa sua ausência,
Que me põe triste e servil.
A ausência da luz
Que não me deixa dormir.
Perguntas que não me atrevo
Não quero expor minhas fraquezas.
Descobrir o indecifrável
Temer o seu segredo.
Engolir meu pranto,
Não há quem queira enxugá-lo.
Haveria alguém digno de minhas lágrimas?
Secar não basta. É preciso bebê-las.
Estou sozinho!
Que pecado cometi?
Fui feliz em outra vida?
Neguei ajuda a toda Terra?
Só, não fossem meus eus!
São eles que me acompanham
Ora me dando acordo, ora me afrontando.
Então eu estou só, é isso mesmo?
Preciso endurecer,
Enrijecer o peito,
Não contar com ajudas,
Não abrir a palma da mão.
Quero voltar à estupidez,
Estandartizada por minha adolescência.
Quando eu era um mero arrogante
Que não contava com ninguém.
Quero descrer de uma vez só na vida
Jogar fora o defeito da esperança
Que há tanto tempo trago comigo.
Esquecer a minha religião.
Pra adiantar de vez minha vida
Por minha força apenas, segundo meus meios
E se isso significar a abreviação da vida,
Que sejam cortados meus dias e adiantada minha paz.
Que um milagre me cure dessa ressaca
Que insiste em me arrancar e devolver
Tudo o que na minha vida não anda
Maldito fluxo e refluxo!
Quisera eu desvendar os segredos de Deus
Mesmo que eu morresse em seguida
Já não sei o que mais importa:
Viver ou saber. Só quero ser feliz.
Que meu corpo tenha força outra vez
Só por agora, nesse momento,
Pra que o choro seja posto fora,
Aqui dentro não dá, é apertado demais.
(Fernando Vieira – 09/08/09 – Sobre a ausência que é presente na vida).
Dizem que não se pode separar autor e obra.
ResponderExcluirDizem que não se pode separar sensações e palavras.
Dizem que muitas coisas ficam vazias quando partidas para seus caminhos próprios.
Tenho medo disso.
E nunca consigo ler algo sem pensar em tudo isso!
E o mundo se perde tentando encontrar algo.
E novamente eu me apeguei ao que acabo de escrever, e vou ser obrigada a postar mais tarde. rssss
ResponderExcluir:o)
Beijos!
escrever... uma arte tão egoista, escrevemos algo e divulgamos pq acreditamos que aquilo que escrevemos será útil a alguem... mesmo assim escrevemos.
ResponderExcluirSumiu???
ResponderExcluirTá vivo???
ow-ow
Beijos.