sexta-feira, 22 de março de 2013

Eta, Vida!

Eta, Vida!
Com sua unha adunca
Pega-nos por trás
Arrasta a gente pela nuca.

Engancha e puxa
Pra lá e pra cá
Eu tento, resisto
Do jeito que dá
E chega num ponto
Que ninguém mais
Arrisca a dizer
No que vai dar

Sai fora, ô!
Eu só quero viver
Vida larga de mim
Eu só quero existir!

Viver nunca foi da Vida
A Vida nos gasta na lida
Até a fadiga vencer
Viver é fugir da morte
A Dona que faz nossa sorte
Que finca sua unha... e zás!


Fernando Vieira - 22/03/2013







terça-feira, 23 de agosto de 2011

Fala Baixo!!!

- Bom dia chefe! O senhor foi multado.
- Multado por quê? Não sei nada disso.
- É que fora de hora, lá fora, pus o lixo;
O mendigo fuçou, deixou tudo espalhado.

“O mendigo na rua pode ficar solto!
Suja a rua toda aumentando o meu imposto!”
- Fala baixo chefe, senão tu vai em cana;
Aqui não pode é trabalhar, vagabundo é que é bacana...

- Boa tarde chefe! Roubaram a tua grana.
- Só faltava essa! Prenderam a quadrilha?
- Prenderam o escambau! Isso vai contra a Cartilha;
É o bando das meninas, lá da Vila Mariana.

“Criança rouba, e a Unesco dá a “bença!”
Comigo todas elas amargavam uma sentença!”
- Fala baixo chefe, que a justiça não é surda;
Se te ouvem dizer isso, tu recebe é uma surra...

- Boa noite chefe! O país abriu falência.
- Como assim, se o PIB era crescente?
- Na cadeia foi parar todo mundo que é decente;
Hoje solto aí está os que adoram a negligência.

“Meu Deus do céu! Quando deu-se este engano?
Quem julgou que essa gente se comporta como humano?”
- Um cretino que espalhou que infratores têm direitos!
“Fala baixo meu amigo, pois senão nos dão um jeito;
Se tu fala o que tu pensa, na cadeia ganha um leito.”

                                                        (Fernando Vieira – Sobre os dias atuais 23/08/2011).



quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sem Estima






A história do Sem Estima
É tão fácil de contar:
Começa com seu sobrenome
Que do qual vem se gabar.

Ele vive e mora em Sampa,
Sem Estima G. Dorigo.
Ama tanto o Estrangeiro...
"Lá é bom até o mendigo!" - Como assim?

Diz que eles são decentes,
Sejam gringos, argentinos.
Fuçam o lixo com decência
E no trato muito finos.

Sem estima decidiu
Que é melhor ser estrangeiro.
Nunca deixa o tal "Jeitinho",
Mas não quer ser brasileiro.

"Nos States, por exemplo,
São corretos, nunca vi:
Lá não rola a tal propina
Que é mania por aqui".

Oh! Coitado desse homem!
Abre o olho, Seu Dorigo:
Eles só tapam buracos,
Não escapa nem o umbigo.

Tão teimoso que ele é,
Decidiu tornar-se um gringo,
Pois o Sonho Americano
Sempre teve por abrigo.

Não percebe o Sem Estima
Que nos tratam do postigo.
Nos States hoje vive
Sob o traje de um mendigo!








(Fernando Vieira - 26/05/2011 - Homenagem ao Sr. Sem Estima G. Dorigo)